Uma degustação às cegas caseira
Umas das brincadeiras mais divertidas no mundo do vinho é a história de degustação às cegas. É algo simples e que dá para fazer até em casa, basta ter a ajuda de um voluntário para lhe servir os vinhos. E então, essa foto foi de uma brincadeira assim que fiz no último domingo. Escolhi dois
vinhos da região de Bordeaux, na França. Um teoricamente mais simples, na faixa de 70 pilas (Château Palene 2015, um Bordeaux genérico) e o segundo vinho com mais complexidade e que custou o dobro do preço (Château Roylland 2010, um Grand Cru de Saint Emilion). O objetivo era verificar se haveria grandes diferenças entre os vinhos quando degustados sem eu saber qual era cada um deles. Vou dizer para vocês, pela análise visual dos vinhos eu talvez errasse, porque um deles tinha cores muito mais intensas que o outro, o que pela a minha análise indicaria que ele era o mais novo, ou seja, oChâteau Palene 2015. Mas quando pus o nariz nas taças para “cheirar” os vinhos, não tive dúvidas. Aquele vinho de cor mais intensa na verdade era o Château Roylland 2010, o vinho de Saint Emilion, que apesar de mais velho estava em ótima forma. Mas então vocês podem me perguntar: Thiago, o que te deu tanta certeza? Primeiramente a composição das uvas utilizadas nos dois vinhos é diferente. No Château Palene temos majoritariamente Cabernet Sauvignon (que tem um aroma bem marcante de frutas negras e ameixa), um pouco de Merlot e Cabernet Franc. Já no Château Roylland a composição é de Merlot com uma boa parcela de Cabernet Franc (aromas mais ressaltados de frutas vermelhas). Aí já daria uma boa diferença. Mas, além disso, a complexidade dos outros aromas que o vinho de Saint Emilion apresentou era muito evidente...frutas vermelhas e negras, pimenta do reino, especiarias doces. Um vinho excelente e com pedigree! Fica a dica. Reuna uns amigos e faça também uma mini degustação às cegas como essa. Só não pode deixar de me contar como foi